quinta-feira, 30 de junho de 2005

Psicografando

Em algumas noites já deitada praticamente ouço textos inteiros sussurados no meu ouvido. A cabeça não pára e o sono faz a chantagem: "só depois que você escrever".
A última vez foi na noite passada...


Adormeci... não sei precisar como nem quando
Como nessas noites em que o cansaço nos apaga como chama de uma vela exposta a brisa suave
Adormeci e sonhei
Um sonho envolto em sorrisos e sentir-se bem
Onde momentos felizes eram pequenos elos de uma corrente interminável
Acordei dentro de mim com o som insistente do despertador
Acordei dentro de mim porque fora nada havia além de silêncio e solidão
Desejei com todas as forças que o sonho fosse, ou ao menos se tornasse real
Noite após noite tentei repetí-lo em minha mente, lembrar dos detalhes, reviver sensações,
Mas apenas o esquecimento conseguiu algum efeito sobre ele
Até que em algum momento, que também não sei exatamente qual, acordei fora de mim
Percebi então que aquela vida empobrecida havia tomado conta de tudo e que aquele belo sonho encontrava-se inatingível
Guardado numa gaveta do criado-mudo do meu inconsciente.

Isabela Colucci

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Xadrez

Depois de declarado o fim da guerra por rendição desta que vos fala, minha mãe sentou pra conversar comigo com um tom de voz que nunca havia usado antes...
Nós sempre batemos de frente. Mesmo que na maior parte do tempo a guerra fosse fria. Sempre tivemos opniões opostas e isso acabou se transformando num abismo enorme entre nós. Admito que não ajudo muito. Na verdade não ajudo nada. Não tenho estômago pra longas discussões e nem paciência pra ouvir sermões e não poder falar nada, então simplesmente não toco em determinados assuntos pra não renderem maiores aborrecimentos.
Acabei de passar no blog da Normanda. Que se dane se acharem infantil a pobre recém adulta choramingado a respeito de probleminhas de convivência com a mamãe num blog.
Mas queria dexar registrado pra mim, pra que não esqueça, que ela deu mais passo. Que a minha rendição não foi em vão. E que o próximo movimento deve ser meu.

terça-feira, 28 de junho de 2005

Relembranças

Estava agora relembrando de coisas que construiram o que sou hoje. Não fui tomada por melancolias ou sentimentos de auto-piedade ou coisa que o valha, mas observei que só documentava maus momentos...
Decidi então não falar de mim e meus sentimentos neste blog, mas de mim e meus pensamentos, das coisas que gosto, leio ou faço.
Ontem foi o dia mais divertido do ano!
Estava em casa de preguiça e de repente recebo a proposta quase indecente: vamos na Parada?
Não resisti. Tomei o banho mais rápido e fui encontrar a Leela no metrô.
Conheci uma galera louca, ri horrores, dancei techno em plena luz do dia na praia de copacabana e bebi meia lata de cerveja e um gole de vinho (hahaha - ps.: eu não bebo! Tinha um monte de "mães" preocupadas... mas juro que não fiquei bebada com meia lata de cerveja, viu?!rs).
Encontrei uma amiga que fazia aniversário e o grupo triplicou seu tamanho (bj Li!!! Parabéns! E obrigada pelo presente, viu?!).
Tinha purpurina pra todo lado. Gente que foi pra curtir, pra assistir, pra lutar por seus direitos ou pra dizer que o mundo tá mesmo perdido (juro que teve gente que se indignou - aí fica a minha pergunta: o que foi fazer lá então?), mas o saldo ao meu ver foi positivo. Sei que a "tolerância" das pessoas só dura enquanto os holofotes estão focados nelas e que a maioria só diz respeitar diferenças porque é bonitinho dizer, mas vi famílias inteiras se divertindo, senhoras passeando com seus cães enfeitados, até um casal hetero onde a mulher se vestiu de homem e o homem de mulher. A maior festa!
Fica então o desejo pessoal de que essa semente se espalhe ao vento. Não vou dizer que o mundo é gay, mas se ele respeitar o gay, o idoso, o deficiente e todos os seres humanos e suas diferenças e complexidades vou acreditar ainda mais na evolução da espécie.

domingo, 26 de junho de 2005

Lugar ao Sol

Isabela Colucci & Rafael MonteiroNós estamos no caminho...
Vinte e poucos anos, época de escrever a própria história. É necessário tornar sonhos possíveis, abrir portas para que se possa realmente seguir em frente.
Esta é, na minha opinião, a fase mais gostosa é mais complicada da vida. Antes tínhamos uma infância onde bastava ameaçar chorar que os pais já olhavam só pra saber se estava acontecendo alguma coisa e corriam em socorro do "bebê indefeso". Experimentamos, corremos, brincamos, crescemos... amadurecemos.
Agora que já formamos opniões é hora das escolhas e da ralação. Algumas pessoas, mesmo nessa fase, continuam recebendo as coisas na mão, mais isso não acontece com a maioria - e não acontece comigo.
Depois de conhecer algumas coisas descobri que gosto de informática, comecei a faculdade, mas sei que o que mais amo fazer realmente é música. Claro que a faculdade continua porque gosto muito e estou empolgada com o curso, mas o investimento agora, não só em se tratando de grana mas principalmente de tempo, é em música.
Uma prova disso é a nossa demo! Finalmente está pronta! A quem interessar possa mail-me que eu mando MP3, ok?
Agora estamos entrado na fase: meter as caras. Vamos começar a "dar a cara pra bater". Buscar lugares para tocar e levantar uma graninha até pra investir ainda mais em música.
Por enquanto a gente tá fazendo o "crássico" Voz & Violão (na verdade guitarra jazz...rs), mas o objetivo é formar uma banda de MPB num futuro próximo (você é músico e quer se juntar a nós? Mail-me!!!)
Que os Devas da Música nos acompanhem na trajetória em busca de um lugar ao sol.

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Assim como o Ryu da Espada de Madeira*, estou vagando por aí com alguns amigos e com o sonho de encontrar meu "Best Place".
Acho que todos buscam algo, alguém ou algum lugar onde possam se sentir em casa...
"Minha casa não é minha e nem é meu este lugar"**, mas assim como Milton Nascimento eu vou seguir em frente, porque eu tenho muito o que viver! Abrindo marés, enfrentando tempestades e geadas...
Estou triste agora, mas a criação desse blog vai mostrar como as coisas passam rápido (esse é o meu maior desejo agora). Daqui há alguns meses eu estarei fuçando os "posts antigos que ninguém lê"*** - né Monteiro?! - e vou rir de novo de determinadas situações, vou ver como escrevo mal hoje (apesar de nesse momento ainda não saber disso), e vou continuar seguindo em frente.
Meus sonhos, planos, projetos estão nascendo ainda e espero que dêem bons frutos num futuro próximo. Minha faculdade de Informática acaba de vencer o primeiro de 8 períodos, o TEPEM também vence agora o primeiro obstáculo, vou finalmente dar a cara pra bater com relação à música (junto com o Monteiro resolvi começar a tocar nos bares da vida e receber críticas, elogios, aplausos ou tomates... venha o que vier), minha vida pessoal tá uma bagunça, mas estou tendo que apreder a lidar com determinadas situações o que, além de ser ótimo pro amadurecimento (não só meu como das outras pessoas envolvidas) é também bastante complicado e doloroso...
Enfim, acho que estou buscando alguém que possa, não ser cúmplice, mas testemunhar a minha trajetória. Um blog seria perfeito pra isso. Sejam todos bem vindos.



* Ryu da Espada de Madeira é um personagem de mangá que eu adoro. "Shaman King", de Hiroyuki Takei, me foi emprestado por um amigo muito especial - Rafael Monteiro - e é o meu mangá favorito.

** Trecho da música "Travessia" de Milton Nascimento e Fernando Brant que ilustra bem o que estou sentindo agora.

*** Citação do blog do Rafael Monteiro ao linkar posts antigos.