quinta-feira, 30 de junho de 2005

Psicografando

Em algumas noites já deitada praticamente ouço textos inteiros sussurados no meu ouvido. A cabeça não pára e o sono faz a chantagem: "só depois que você escrever".
A última vez foi na noite passada...


Adormeci... não sei precisar como nem quando
Como nessas noites em que o cansaço nos apaga como chama de uma vela exposta a brisa suave
Adormeci e sonhei
Um sonho envolto em sorrisos e sentir-se bem
Onde momentos felizes eram pequenos elos de uma corrente interminável
Acordei dentro de mim com o som insistente do despertador
Acordei dentro de mim porque fora nada havia além de silêncio e solidão
Desejei com todas as forças que o sonho fosse, ou ao menos se tornasse real
Noite após noite tentei repetí-lo em minha mente, lembrar dos detalhes, reviver sensações,
Mas apenas o esquecimento conseguiu algum efeito sobre ele
Até que em algum momento, que também não sei exatamente qual, acordei fora de mim
Percebi então que aquela vida empobrecida havia tomado conta de tudo e que aquele belo sonho encontrava-se inatingível
Guardado numa gaveta do criado-mudo do meu inconsciente.

Isabela Colucci

3 comentários:

Normanda Asterixiana disse...

Nossa, Isa. Quando a vida empobrecida toma conta de tudo, é porque nos resignamos a morrer um pouquinho.

Anônimo disse...

Shit happens everytime, everywhere.

Normanda Asterixiana disse...

Vou dar uma de Rafael: atualiza, senhorita!